quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tema: O CORPO HUMANO

ÍNDICE
II- O CORPO HUMANO
A - UM POUCO DE HISTÓRIA
A.1 - Conhecimentos sobre o Corpo
B - SISTEMA ESQUELÉTICO
C - SISTEMA ARTICULAR
D - SISTEMA MUSCULAR
III - IMAGEM CORPORAL
AUTOCONCEITO



II - O CORPO HUMANO

A – Um Pouco de História

Alguns Filósofos se destacaram como:

• Platão que veio dissociar o “corpo da alma”.

• Aristóteles que via o homem como certa quantidade de matéria – o corpo, moldada numa forma – a alma.

• Descartes que reduz o corpo a noção de objeto, dizendo que está todo segmentado, corpo e alma separados.

• Essa idéia dicotomizando corpo e alma persistiu até os nossos dias, quando Rousseau e Nietzche vêm abalar a noção de corpo.


Após estudos dos Filósofos, os neurologistas primeiramente e depois os Psiquiatras e Psicólogos, começaram a estudar o corpo por necessidade de compreensão do funcionamento do cérebro (estruturas) e para clarificação de fatores patológicos, ou seja, compreenderem a evolução da inteligência e das perturbações.
Nesta evolução corporal, no século XIX, Bérgson começa a unir o corpo e a alma afirmando que “o cérebro imprime ao corpo esses movimentos e as atitudes é que desempenham o que o espírito pensa” (BÉRGSON, apud BUENO, 1998, p.21).


A.1 - Conhecimentos sobre o Corpo

O corpo é compreendido não como um amontoado de partes e aparelhos, mas sim como um organismo integrado, como um corpo vivo, que interage com o meio físico e cultural, que sente dor, prazer, alegria, medo etc.
Para se conhecer o corpo, abordam-se os conhecimentos anatômicos, fisiológicos, biomecânicos e bioquímicos que capacitam a análise crítica dos programas de atividade física e o estabelecimento de critérios para julgamento, escolha e realização de atividades corporais saudáveis. Esses conhecimentos são tratados de maneira simplificada, abordando-se apenas os aspectos básicos.


Os conhecimentos de anatomia referem-se principalmente a estrutura muscular e óssea e são abordados sob o enfoque da percepção do próprio corpo, sentindo e compreendendo, por exemplo, os ossos e os músculos envolvidos nos diferentes movimentos e posições, em situações de relaxamento e tensão.

Os conhecimentos de fisiologia são aqueles básicos para compreender as alterações que ocorrem durante as atividades físicas (freqüência cardíaca, queima de calorias, perda de água e sais minerais) e aquelas que ocorrem a longo prazo (melhora da condição cárdio-respiratória, aumento da massa muscular, da força e da flexibilidade e diminuição de tecido adiposo).

A bioquímica abordar conteúdos que subsidiam a fisiologia: alguns processos metabólicos de produção de energia, eliminação e reposição de nutrientes básicos. Os conhecimentos de biomecânica são relacionados a anatomia e contemplam, principalmente, a adequação dos hábitos gestuais e posturais, como, por exemplo, levantar um peso e equilibrar objetos.

Estes conteúdos são abordados principalmente a partir da percepção do próprio corpo, isto é, o aluno pode estimulado por suas sensações, e de posse de informações conceituais sistematizadas, analisar e compreender as alterações que ocorrem em seu corpo durante e depois de fazer atividades. Poder ser feitas análises sobre alterações a curto, médio ou longo prazo. Também sob a Óptica da percepção do próprio corpo os alunos podem analisar seus movimentos no tempo e no espaço: como os seus deslocamentos, qual é a velocidade de seus movimentos etc.
Do ponto de vista conceitual e procedimental, podem ser observadas, praticadas e apreciadas dentro dos esportes, jogos, lutas e danças. Também fazem parte deste bloco os conhecimentos sobre os hábitos posturais e atitudes corporais. Observar, analisar, compreender essas atitudes corporais são atividades que podem ser desenvolvidas juntamente com projetos de História, Geografia e Pluralidade Cultural. Alem da análise dos diferentes hábitos, pode-se incluir a questão da postura dos alunos na escola: as posturas mais adequadas para fazer determinadas tarefas e para diferentes situações.


B - SISTEMA ESQUELÉTICO

A sustentação e a movimentação do corpo humano, está a cargo do sistema esquelético (esqueleto).
Os sistemas esqueléticos, articular e muscular trabalham em conjunto, coordenados pelo sistema nervoso.
Ossos e cartilagens formam o esqueleto. Este por sua vez, fornecem proteção aos órgãos internos (coração, pulmões...) e ponto de apoio para a fixação dos músculos. Essas peças formam um sistema de alavancas que se movem sob a ação dos músculos.
O esqueleto ósseo, além de sustentação corporal, apresenta duas importantes funções:

● Reservas de sais minerais, principalmente de cálcio e fósforo, que são fundamentais para o funcionamento das células e devem estar presentes no sangue. Determinados ossos ainda possuem medula amarela (ou tutano). Essa medula é constituída principalmente por células adiposas, que acumulam gorduras como material de reserva.

● No interior de alguns ossos (como o crânio, coluna, esterno e as cabeças dos ossos do braço e coxa), há cavidades preenchidas por um tecido macio, a medula óssea vermelha, onde são produzidas as células do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas.

Os ossos começam a se formar a partir do segundo mês da vida intra-uterina. Entre os 18 e 20 anos, essas regiões cartilaginosas se ossificam e o crescimento cessa. Nos adultos, há cartilagens em locais onde a flexibilidade é importante (na ponta do nariz, orelha, laringe, parede da traquéia e extremidades dos ossos que se articulam).
O Corpo humano divide-se em 3 partes:
1. Cabeça 3. Tronco: que inclui o pescoço.
2. Membros:
• Superior: Ombros, braços, cotovelos, ante braços, punhos e mãos
• Inferior: Quadril, coxas, joelhos, pernas, tornozelos e pés

C. Sistema Articular

Para constituir o esqueleto, os ossos unem-se uns aos outros. Essa união não tem apenas a função de mantê-los em contato, mas também de permitir a mobilidade do corpo humano. O termo usado para designar a união entre os ossos que formam o esqueleto é a articulação. Os ossos de uma articulação são mantidos em seus devidos lugares por meio de cordões resistentes, “os ligamentos”.
As articulações podem ser:

• Móveis ou de Movimento Livre ou Sinoviais – permitem a realização de movimentos extensos, são muito flexíveis;

• Semi-móveis ou de Movimento Parcial – só permitem movimentos limitados. Ex; Coluna Vertebral;

• Imóveis – são fixas e não permitem nenhum movimento. Ex:Articulações do crânio.

O sistema de sustentação dos animais é composto pelo esqueleto, pelos músculos e pelas articulações. Suas principais funções são:


a- estrutura do corpo,
b- apoio para os músculos,

c- sustentação,
d- proteção,

e- movimentação,
f- produção das células de sangue,

g- armazenar íons potássio,
h- cálcio

i- fosfato.


D- Sistema Muscular

Os ossos estão unidos uns aos outros por ligamentos e articulações. Para se mexer, precisam ser movidos pelos músculos, que, além de possibilitar o movimento, mantêm as peças ósseas unidas, determinando a posição e a postura do esqueleto.
Ao conjunto de músculos damos o nome de sistema muscular.
Existem músculos chamados Músculos Voluntários que recebem este nome porque se movimentam conforme nossa vontade e os Músculos Involuntários que se movimentam independente de nossa vontade.
Os músculos são órgãos constituídos principalmente por tecido muscular, especializado em contrair e realizar movimentos, geralmente em resposta a um estímulo nervoso. Os músculos podem ser formados por três tipos básicos de tecido muscular:

• Tecido Muscular Estriado Esquelético
• Tecido Muscular liso
• Tecido muscular Estriado Cardíaco

Executamos movimentos graças às propriedades dos músculos.
Os músculos podem estender-se e contrair-se. Essa propriedade chama-se ELASTICIDADE. A maior ou menor facilidade de tocar chão deve-se, neste caso, à elasticidade muscular, que varia de pessoa para pessoa.
Os músculos levam um certo tempo para contrair-se e estender-se. A rapidez de contração e extensão dos músculos é chamada VELOCIDADE MUSCULAR. Todos nós corremos, saltamos, reagimos com diferentes velocidades. Também a velocidade muscular é diferente de pessoa para pessoa.
Os músculos podem, ainda, aplicar um esforço em determinada direção. Essa propriedade é chamada FORÇA. A facilidade ou dificuldade de executar exercícios na barra, levantar pesos, puxar ou empurrar objetos, por exemplo, deve-se à diferença de força entre as pessoas.
O tempo durante o qual os músculos podem permanecer aplicando essa força, determinam a sua RESISTÊNCIA ao esforço.
A educação Física procura proporcionar elasticidade, velocidade, força e resistência adequadas à idade de quem a pratica, isto é, um bom TRABALHO MUSCULAR.




D - Imagem corporal


A imagem corporal é o conceito que cada pessoa tem de seu corpo e suas partes. Para que este conceito se forme é necessário o conhecimento tanto das estruturas anatômicas e relações entre as parte do corpo, bem como dos movimentos e funções de cada parte do corpo, além do reconhecimento da posição do corpo no espaço e em relação aos objetos.
A imagem corporal é como o corpo se apresenta para nós, ou seja, como vemos nós mesmos. Essa imagem será influenciada pelo meio em que vivemos e pelas situações que enfrentamos.
A boa formação da imagem corporal é ponto importante para aquisição de outras qualidades psicomotoras e principalmente para o auto-conceito.
Para Schilder (1994), a imagem corporal é a figura de nosso próprio corpo que formamos em nossa mente, ou seja, o modo pelo qual o corpo se nos apresenta.
Segundo Thompson (1996), o conceito de imagem corporal envolve três componentes:

• Perceptivo, que se relaciona com a precisão da percepção da própria aparência física, envolvendo uma estimativa do tamanho corporal e do peso;
• Subjetivo, que envolve aspectos como satisfação com a aparência, o nível de preocupação e ansiedade a ela associada;
• Comportamental, que focaliza as situações evitadas pelo indivíduo por experimentar desconforto associado à aparência corporal.

Para McNamara (2002), crenças culturais determinam normas sociais na relação com o corpo humano. Práticas de embelezamento, manipulação e mutilação, fazem do corpo um terreno de significados simbólicos. Mudanças artificiais no formato do corpo, tamanho e aparência são comuns em todas as sociedades e têm uma importante função social. Elas comunicam a informação sobre a posição social do indivíduo e, muitas vezes, demonstram um sinal de mudança em seu status social.
De acordo com Adams (1977), percebe-se que o mundo social, claramente, discrimina os indivíduos não atraentes, numa série de situações cotidianas importantes. Pessoas julgadas pelos padrões vigentes como atraentes parecem receber mais suporte e encorajamento no desenvolvimento de repertórios cognitivos socialmente seguros e competentes, assim, indivíduos tidos como não atraentes, estão mais sujeitos a encontrar ambientes sociais que variam do não-responsivo ao rejeitador e que desencorajam o desenvolvimento de habilidades sociais e de um auto conceito favorável.
Segundo Stice (2002), sociólogos têm proposto dois processos que promovem atitudes e comportamentos: reforço social e a modelagem. O reforço social refere-se ao processo por meio do qual as pessoas internalizam atitudes e comportam-se mediante aprovação dos outros. Como exemplo, um adolescente pode querer seguir uma dieta caso perceba que a mídia glorifica o corpo esbelto e magro e critica as pessoas com excesso de peso.
A modelagem refere-se ao processo em que o individuo observa comportamentos de outros e os imita. A sociedade pode ser um modelo de preocupações com as medidas corporais, dietas excessivas, comportamentos não-saudáveis de controle de peso e, em última análise, compulsões alimentares”.


Fonte: Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). São Paulo. SP. Brasil.

Autoconceito

Podemos entender autoconceito como sendo a forma de como nos vemos e a partir daí como nos valorizamos ou relacionamos.
O autoconceito é formado com base em elementos de vários campos da existência, a saber:

a imagem corporal, a sensibilidade cinestésica e tátil, a Cultura, a Religião, e outros.

O comportamento relativamente ao conceito que nós temos de nós próprios é variado Podemos realizar actividades de:


1. Autopercepção
2. Auto-avaliação
3. Autocomunicação
4. Automotivação
5. Autocontrolo



Segundo Burns (1986), o autoconceito é composto por imagens acerca do que nós próprios pensamos que somos, o que pensamos que conseguimos realizar e o que pensamos que os outros pensam de nós e também de como gostaríamos de ser.
Para este autor, o autoconceito consiste em todas as maneiras de como uma pessoa pensa que é nos seus julgamentos, nas avaliações e tendências de comportamento. Isto leva a que o autoconceito seja analisado como um conjunto de várias atitudes do eu e únicas de cada pessoa. O autoconceito tem um papel extremamente importante na medida em que tenta explicar o comportamento, ou seja, porque consegue manter uma certa consistência nesse mesmo comportamento, explicita a interpretação da experiência e fornece um certo grau de previsão (Burns,1986). Estein (1973) afirma mesmo que "para os fenomenologistas, o autoconceito é o constructo central da Psicologia, proporcionando a única perspectiva através da qual o comportamento humano pode ser compreendido" De um ponto de vista histórico, a investigação no domínio do autoconceito foi, na maioria das vezes, levada a efeito por filósofos, teólogos ou outros profissionais não directamente ligados à Psicologia, sendo apenas por volta dos anos quarenta que aquele conceito começa a suscitar algum interesse para o estudo científico nos domínios da Psicologia e da Sociologia (Sherif,1972).
De fato, tal conceito quase desaparecera do contexto da Psicologia no período compreendido entre 1890 a 1940, período que coincide com a vigência do primeiro momento de cientificação da Psicologia (finais do séc. XIX, princípios do séc. XX) e com o advento do segundo momento da cientificação da referida disciplina, representados, respectivamente, por Wundt e Watson (Burns,1982). É neste contexto, dominado por concepções monolíticas, que a perspectiva de William James acerca do Eu vem ganhar pertinência (ibidem).

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